Cogitar d'el'irio



Cogitar Delírio




Digo eu,
Olha,vai ver,
Os lírios,que encanto,
Se já te amo tanto,
Se sei o que isso é ,
Amo a tua alma ,
E o teu encanto na palavra e no peito ,
Dnãmica e magnífico,
Mais que esta,
Que p'ra qui fica , ferida
E lânguida,de lingua cumprida e de riscas,
Como esta minha , Digna.?
Digno , eu , do Lírio,
Que o diga Plometeu , Promete?
No Cogito delírio
Me fico

Jorge Santos

...O meu paraíso...




Não sei quem sou, que alma tenho. Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros). Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta traições de alma a um caráter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenha. Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas. [Fernando Pessoa. A Consciência da Pluralidade]
 Eu sou das asas que outrora voa,que não pára que é instante e rara vezes...eu sou mais que faro,sou da liberdade,mas que a corrente prende,onde mora a tara que me acende,vem das palavras que suave rende e que escreves a tarde e de me manhã me entende...eu sou móvel,tática parada e quase nada.Mas também sou tudo quando vejo vivo que meu paraíso é ao teu lado.
(Mariana Gouveia- by asas)

A tara que m'acende,
 Viv'ó teu lado,
Vive no prado e mergulha no lago,
Afoga-se na corrente ,
Que vai do vasto oceano ,
Para a fonte, que tu'alma jorra ,
Que minha já chora de raro,
Sinto-te ,de longe como faro de verdade,
Que arde ,arde e me cobre de luz ,
Vaidade, quem dera ser mais versado,
Pra s'tar ao teu lado, mesmo ao lado lado,
Lá onde iremos ficar um dia,
P'ra sempre , no panteão dos mais altos,
(que os homens) , poetiza amiga.

Jorge Santos

Saudade lua


Saudade pesco,
De lua ,assim, sentado,
 Quase na ponta ,deitado no anzol ,
Que abocanho ,mi'nh'alma despego e mando no fio que enrolas
 .Ai.. que saudade ,irmã ,de ,quando nadavamos na lua,
 Tu nua e eu restos de lua, no teu caminho,
 De mansinho ,irmã não me deixes,
 No cantinho da maré mágua ,
Irmã , irmã saudade , irmã verdade , irmã nua.

Jorge Santos

Abraços frescos


Não sei se caibo em mim,
Sei que incho , incho no mais,
D'abraços e abrunhos esvoaço,
Assim,não sei mais de mim,
Sei que sou assim , assim.
Perdoa-me o chinfrim,
Mas não sei que ventos,
Me enchem assim,
D'açima a'baixo,não caibo em mim,
D'abraços frescos.

Jorge Santos

Inventa um Desejo


inventar,
Preciso inventar,
Mais ,
Antes de amar fundo,
Inventar , ainda não foi inventado ,
Na forma rara ,
Infinita do verbo.
Despir,
Quero inventar , palavras,
Vestidas , de seda e nadas,
Para as mimar ,
Com meus pequenos , tudo ou nada
E ir ao fundo d'alma ,
Delas , tentar dizer algo , à dor e dar ,
Mas não tudo ,
Pois , posso ficar despido e mudo,
Já agora , boa noite , azul , mar.

Jorge Santos

"Segredos do Teu Mar"



Aparece tímida,encantada, como os poetas te descrevem, e reflete em imensidão de um céu,a beleza como quem sonha. Na tua condição de deusa, ainda menina,em fases,em quatro partes te cortas e te descreves, em poemas com quais meu coração sonha.Aí,tão longe,alguém te vê e pensa em mim...descritas em longas linhas de poesia. és musa com a tua timidez, ye despem sem timidez aos olhos de corpos celestes, te aquecem entre as estrelas, mesmo reconhecendo as manhas em que te escondem entre madrugadas confusas. Te olhando,percebo distante,, enquanto te cubro de roupas, deixavas assim de se ingênua nas minhas memorias e desenhavas te rainha de noites comtemplativas Nesta tua realeza e envolvida em mistérios pela noite, aquecida por diademas de estrelas, via te refletida em águas pois o mar várias vezes te fazia sempre que a areia cobria.Onde vai onde amanhece?Onde vagueia além do pensamento? Das minhas perguntas loucas, as tuas respostas soltas que sem conclusão dizias,que era apenas uma lua fria. Adorei assim cada noite,que te absorvi sonhando e em cada mudança de fase,me descobri cada vez mais sua! No teu imenso manto que encobria o brilho,que embalava como filho o teu sorriso crescente,e fantasiada de eclipse, fugiu de mim enquanto lua;eu,da janela quase nua...imitava teu olhar e por certo em poucos momentos de quarto minguante se fez. Mas me senti atraída pelo convite que fazias... me enviava todos os dias, mede as vidas,as marés e os sonhos apaixonados... Quero encotrar-te um dia e frente a frente tocar-te,nem que seja nesse instante tocar-te e morrer de amor.
(Mariana Gouveia)




descascam-se as cebolas,
Arrancam-se as conchas fixas e lapas rochas,
Puxam-se limos e lianas de ingremes escarpas,
Arranca-se com ganas e garras de urso o vespeiro,
Sente-se o cheiro de coentros e salsas nos fluxos elísios ,
Depois eleges o peixe que escamas nas camas e nos belixes,
Insonias-me a noite inteira para que não vire fera e lobo.
E derreta garras e não rompa barreiras de ferros e rasgue atmosferas de cetin e oiros.

Fecha-me a sete chaves,
Com claves de pó,
No labirinto do fauno,
Faz-me crer que sou covarde,
Porque o que de mim arde em fogueiras de rua ,
Tem demonio soltos,
São ecos , de egos e não sendo coisa boa ,
Centos e centos que me lembro d'outras vidas d'outros tempos,
Assola-me uma trizteza..Lua/mar.

Jorge Santos

..Astro...Rei...Posto...Tarde



As poções de sentido ,
Que sentido tinham ,
Não têm mais o sentido ,
Que no sentido mordiam,
As poções que lesavam a alma ,
Nem alma turva cansavam ,
Quanto mais alma pura alcançam ,
No sentido do guru demitido ,
Que demiti da minha tabua rasa,
Da minha casa vaga,
Alugada por cem dias aos verões que por aqui pasmam,
As poções perderam as mágicas e os tufões varreram-se-me a calma,
Até nova tempestade,
Que não tarde,não tarde.

 Jorge Santos

Firenze statues reflex..



Eu ,por seu calor me rendo,
Seu clamor me fende,
Me defende do rigor do tempo
Do medo/
da fraca figura que erra,
E me agiganto todo rouco,
Sou eu nos olhos seus,
Me calo , quando,
E só , quando não tenho arte,
Mas quando ardo,
De fogo deixo rasto ,
Em marte e cavo tomate,
Nas vinhas da arte,
E por seu calor me vendo,
Até ao firmamento ,
Ao mando profano
E ao todo-humano
Culto divino,então eu sou mando de tudo,
Bruxo e salve rainha,
Teu amor me defende ,
De escravo e do vazio,
Que me supera por vezes
E cala raizes frouxas,
De escrever pressas em letras vesgas.

Jorge santos

swans...


Enumerei os Koras que dei,
A kailash , até ela ,Terra ,voltar e se perfilar ,
Em quatro exércitos de vespas,
Ferroarem-me o pescoço nu,
O rosto de vudu ,
Tinha tatuado a sânscrito
As mensagens que incharam ,
Abri  os kristos braços e mantras desventrei aos quatro bandos furiosos ,
Moveu-me a curiosidade e voei de enxames,
Tantos , aos quatro cantos da Terra,valeu a pena esperar esta espera,
Por voltar e atear esta fera ferrada ,esta tara.

Jorge Santos