-e o sonho ter-me-á sonhado -


minh'alma se mede
em centímetros e quadrados
cresce num vaso em rede
feita com braços

se estendo o braço
fica mais longe
o eco 
e a alma foge

mais um centímetro
mais um metro
embora nada faça
pra qu'ela cresça

nos meus rasos braços.
minh'alma cresce
a olhos vistos
embora não haja quem a meça

cresce numa rede feita 
de rosas, teus braços..


(Jorge Santos)

Hoje mudei...


Livre para cruzar os céus de Deus
Com asas que dos céus Ele me deu
Veludo azul e manto verde
Imenso mar,vivo por sorte
Navego nuvens e o ar
As minhas asas não,
Não são de cera, eu sei
Eu trago de tudo em meu olhar
O acreditar sem ver
E a solidão da Morte
que há-de vir sem eu saber
sou um homem voando à sorte
livre para cruzar os céus de Deus

(Jorge Santos)

Com'un viciado

Sou viciado em papel e caneta

é minha a janela e o vento
são a folha de caderno
escrita-ironia do destino.
Deixei esquecido
o meu lápis amarelo e preto
no parapeito
- o melhor de mim perdido-
Certo de que tudo é invenção.
Que tudo é menos que o ventania
menos as folhas de caderno
que pousam no chão...
(ironia do destino)

Jorge Santos

Hostil o tempo...



"hostil o tempo,insistente vento,soprando louco,na pressa do mundo.preto o túmulo,e os coros do lamentoo homem de luto,hostil o tempo"
E sinto que não aconteço realmente
Como as fendas do corpo cujo e
Suspeito trago
Tatuado com ditos de tantos e todos,

"Arte não acontece, contem-se,- ou tem-se ou não tem-se-"

Não me peçam o mesmo...




Não me peçam os mesmos discursos maduros
Se tudo o que mais quero são silêncios
Translúcidos e puros, todavia mais duros
Que insultos e tão suaves, tão sóbrios…

Tão líquidos, quanto sublime e belo
Há, no nascimento excessivo de um dia.
Não trago novidades ao colo, nem arquivos nos olhos,
(porque razão as traria?) nem choro, de lasciva alegria,

Descontente dos sonhos, que em mim s’impregnam
Sem os conseguir ver…
Não me peçam, não me peçam
O sol se o que quero é… só chover.

Jorge Santos (Julho 2013)

Areais de Portugal


São de areia e sal
feitas as praias,os cais
de pedra e cal e as ameias
dos castelos,
as lágrimas deste Portugal,
apenas água e pouco mais,,,

Jorge Santos

Se vou morrer...



Se vou morrer que seja a murar
em volta o mar que há ainda em
mim…
Se vou morrer quero de volta
as lágrimas que no mar
abandonei faz tempo…
Se vou morrer não lamento
ter o jeito
no coração dum mar
tormento

Sinto no meu ser um doce imenso,
Que, de verdade não posso ver,
Pois o sal não me dá descanso,
Apesar de, longe do mar os olhos eu ter... 

(Jorge Santos)


Caíu-me o olhar...


Caiu-me o olhar bem no meio do mar rasgado
Era manso e cálido, instável
Apesar do bafo leve e paciente, sem peso
Um lugar onde nada de novo acontece
Além da cólera da espuma e do céu...
Deixai-me cair e molhar-me
Onde o amor nem habita
nem ha-de habitar nada de meu...

Jorge Santos

O tempo não conta...


não conto o tempo
porque ele pode parar
o meu pensamento
como um mar sem vento,
não conto o tempo
porque haveria de contar
tendo estrelas no tecto
e paredes de ar,
não conto o tempo
de vida pra me libertar
porque haveria ele de parar ?
se nem o mar sabe a vento
 d' encostar o ombro
um no outro,
não conto o tempo que vem
porque ele me tem  
num estendal, bem preso
com molas de ar...

Jorge Santos

Não tenham pena de mim...


Por favor não tenham pena de mim, eu sou minoria entre muitos outros mas sou e vou estar sempre no meio de minorias ...eu vou pra onde as vão minorias, sinto o que as minorias sentem... se maioria em mim eu sou e o universo sorvo quando as mãos junto...
J.S.

Só podem...


Só podem ser tréguas d' arcanjos
As q'ouço e com as quais m’embalo
Mas tem cuidado
Pois faço do meu ralho profissão 
E do lado maldito 
Coabito com “o Demo”, desterrado; um sem-abrigo,
Varados por visões de pragas e pregos
Com as minhas almas gémeas …com os meus caretos

Se ao menos escrevesse versos pequenos
E claros 
De espécies normais e menos secos
Não passaria por doido
Varrido…só podem ser tréguas
D’algum Anjo que viu o outro lado…enfim… 

Só podem…

Tenho...

Tenho um penedo em lugar de peito
E talvez nada tenha em volta dele
Que não seja este nó-de-cego
De tanto medo

Fauno


o labirinto do Fauno,"homem metade" irrealidadeBruma,luar infinitoencanta-me estar perdidopreso no labirinto do meu umbigono labirinto que eu sounem eu sou benvindoe dos ruídos todos duvidono labirinto em que vivo.

No labirinto do Fauno vivo destacado do chão e do meu umbigo, o labirinto do Fauno que sou...


sei ^~^~^~^~^~^^^^^^~^~~~~^^^^

Sei não poder curar-me a mim
avenca e a ti
tampouco sei
Vim curar o mundo, 
e até do mundo 
m'apartei...

Suspeito

Suspeito-me eu, da 
mais velhaca imitação

FALSO

Nada faço senão imitar
o desassossego com que outros
são de verdade feitos, eles sim, nobres
de pensamento,
que eu não ... não eu.

Eu minto com todos
os pelos do meu pobre
peito, se nem os poros
respeito já que tudo quanto
deles sai é imitado, de imitação
e FALSO...

IMPERFEIÇÃO

Se até o suor meu cheira a podre a falso
e a putrefacto ,
e tanto que a mera criatura gerada
nesta mente exagerada, 
só a mim responde pelo nome de "NADA"
por ser tão pobre
e por não ter nada, 
de facto em seu nome...

Peso o meu querer pelo menos
como o de uma árvore morta
ou uma pedra,
não sei nem sei se quero saber
se sofrem de contentamento 
ao caírem ...

Se eu pudesse...

Se eu pudesse trancar a Terra toda
dentro de mim e me demorar
olhando-a dentro dest'peito 
E sentir-lhe o paladar devorando-a
lentamente, devagar e depois 
de rompante mas sem preconceitos
Seria mais feliz nesse instante ... 

Mas se eu nem quero ser feliz. 
...preciso ser de vez em quando infeliz
e admirar a Terra e o encanto 
Para poder reencarnar 
assim num verde perfeito campo
em flor...

Vitral donde venho

donde venho
nem o vento
tenho...
poesia d'escama
escrevi em si,
como Assim deveria 
chamar-te ou ele a mim,
também... enfim. já que 
o mar amei...
donde venho não há tempo
que teime em 
me não arrulhar
no esqueço do mar aberto,
no mar-morei
e sei que, 
deveria eu chama-lo,
de meu ou
chamar-me no meio
dele, ateu...
se morrer sem 
ser velho,
quero morrer
na poesia d'onde venho
morrer de pronto,
no mar é meu,
donde venho...(pronto)

Sem linhas

Sem nas linhas do verso
ser estampado o amor e a vida 
e nas subtilezas do sonho
o consolo da tristeza
o destino não teria saída
e o universo seria uma casa fria
perdida, com certeza
sem as linhas do verso
a força seria fraqueza
e o amor incerteza sem causa
sem nas linhas do verso

ter desta, essa vida...

Sem linhas não verso...

Se soubesse...

Se soubesse que amanhã morria
calcava os pés nos livros que não li
e nas lembranças do que não vivi,nas utopias
dos outros que apodreceram antes de mim

se soubesse que amanhã morria
chorava a esperança que perdi
um pretenso dia, por aí..


O que sei...





O que sei do medo ?

Nem os Ogres e os dragões conhecem...
Embora eu lhe ouça a passada,
Não os receio, nem me vencem...
Não sabem eles que me perderam,
Onde o inferno se encontra
Com o meio do céu, na floresta negra... 

O que hoje sei sobre a dor,
O arredio e o horror do Inferno frio,
Só as sombras e os escombros
Conhecem, são palanques
De Mestophles e dragões demónios
Que não me vencem,não me vencem...

Tudo O que sei do medo,
Ouço no passar do vento...
P'las sombras que povoam,
O logradouro do meu pensamento.

Jorge Santos





Feito de ti...

Deus, que é feito de ti,
Se é que existes ou me ignoras,
Pois quando dou por mim,
Olhando o céu, sem estrelas,

Sinto um total desalento,

Sorvi o vento...

sorvi o vento...
sustive o tempo
dormi entretanto
no cárcere breve
do corpo...

Diz-me

Diz que entendes
O que se passa, entre mim
E o precipício
Sabendo-nos às vezes
Unidos por um fio-de-prumo
Como a noite e o final do dia

Diz-me porque pareço particípio
passado Tara perdida
Inércia sem-fim 
mar morto
Diz que entendes
o dia meu
assim o sol posto..

O risco do voo....


É um risco, por onde vou, decerto
Não preciso ir, mas alma bravia e cigana
Não tem estadia certa, quer chão
Duro como almofada e sem fronha,

Brando, o corpo, sem dúvida (decerto)
O pó da estrada o tornará bruto
E deserto, tal qual aragem seca do bocejo
De equilibrista antes de cair morto

No chão. É um risco, por onde vou,
Decerto vou encontrar das mesmas
Estrelas com que povoo a imaginação
E os povos das fábulas e das lendas…

Se esperares por mim, voltarei,
Com todos os sonhos, num saco gordo
Dessas estrelas, com que eles se fabricam,
Noutro mundo.


Jorge Santos (05/2013)

Quando me deito...



Quando me deito, é uma traição
Que faz a mim mesmo, o corpo,
Escrevo poesia pra não esquecer de pensar,
Como se fosse este, dum outro,

O pensamento. Esqueceria o eu, de qualquer modo.
Se escrevo de dia é pra não esquecer
Coisas que esqueceria
Doutro modo, sendo noite,

Poder-me-ão,
Roubar deitado

Deitando-me, eu morro um pouco,
Porque dormir é não pensar,
Deitado roubo do sonho o pensar
Come se fosse o pensar d’outro

Quando me deito é uma traição
Que faz a mim mesmo, o corpo.



Jorge Santos (04/2013)

China 2013 (4.500 km de bicicleta em 30 dias) de Xi'an a Bishkek (Kirguistão)




Quarta-feira ,17 Maio de 2013  em Setúbal

Será a primeira vez que irei percorrer um tão grande número de quilómetros e em tão poucos dias, pelas minhas contas 4.500 em trinta dias, quase a distância de lisboa a Moscovo num mês, ou seja, terei de percorrer 150 quilómetros por dia sem descanso durante esse espaço de tempo.
Comecei por pedir a aplicação do visto para a China no passaporte (disseram-me na agencia de viagens onde comprei o bilhete de avião que não seria necessário visto para o Quirguistão) demorado e burocrático foi este visto, fazendo-me sentir como seria difícil o percurso num dos maiores países do mundo.
As próximas fases serão o fazer listas o mais concisas possível dos objectos a transportar, arrumá-los e ir retirando tudo, mas mesmo tudo quanto não for absolutamente necessário a sobrevivência diária, a roupa, à parte os calções almofadados de ciclismo, será comprada nos mercados locais para me parecer o mais possível com os habitantes de cada região ou cantão (cada um destes do tamanho de países como a França, a Espanha ou a Polónia)

Lembro-me, apesar de terem passado tantos anos, de uma série de televisão que me iludia os olhos e aquecia como a areia das dunas, a minha alma e, apesar de ainda ser a preto e branco  lembro-me dela como se fosse já a cores.
Ah …e aquela música de Kitaro ,emocionava-me pela magia do som dos guizos e dos cascos dos camelos, (chamava-se "The silk Road")
Kitaro era o musico Japonês que compunha a banda sonora da serie e teve aquela musica a faculdade de um despertar para o oriente e para a mítica rota da seda, algo que era, nesse tempo, tão longínquo, como ainda o é hoje.
As cidades chinesas e todas as outras como Samarkand ,Antioch ou Aleppo, ao longo desta rota milenar modificaram-se mas espero ver ainda um ultimo vestígio das imagens com que aprendi a conviver faz mais de 30 anos, na serie que esperava fielmente ver no minúsculo ecrã de televisão, um aparelho ligado a uma bateria pois não possuíamos electricidade em casa.
Isso era coisa de meninos ricos e a minha casa era no campo, quase sem um caminhos nem agua canalizada ou casa de banho como hoje talvez dificilmente consigam imaginar.
Lembro-me da inveja que tinha dos outros meninos da escola, falavam de ouvir música num gira-discos e eu nem sabia o que era tal coisa.
Talvez por isso sinta mais afinidade com estas civilizações do que com o ocidente dito civilizado e homologado.
Talvez por isso reconheça estes povos como meus familiares e sinta maior segurança no meio destes, que numa mega-metrópole de 10 ou 20 milhões de almas sem os sonhos ligados aos meus e entre eles próprios.

(continua)




China 2013 (4.500 km de bicicleta em 30 dias) de Xi'an a Bishkek (Kirguistão)

Reinvento do o ciume..


Como disse anteontem, o ciume tem 
O condão duma pedra verde azul torpe
Há que transformar em tição, tudo
Quanto nele toque; pode ter arte 
Se for de raiva feito,
O ciume rubro, em vez de vazio, ralo
E mole, nulo como eu...

Como te disse ontem, transforma
O ciume teu, em ferros acesos,
Tições e carvões quentes.
Perfura o poema meu com a espada,
E o vão  que contem desse azul verde ciume
Tenta... vamos, fá-lo em tição aceso

Reinventa o ciúme ..incendeia-o...

Jorge Santos (04/2013)

O meu caminho levanta-se e ergue-se como um muro...




Tenho dias duplos, em que me sinto como se nada
Sentisse, Tenho dias, em que minto e me culpo,
Por tudo e por nada e depois d'outros, em que 
Me fio, na navalha que aponta e esfola.  
E dias sem razão, são mais e muitos, tenho
Dias de festejar em duplo, com mosto e dias curtos,
Como a palma da minha mão, em cheio no rosto…
Tenho dias em que nada mais sinto,
Senão desgosto e culpa, dias em que me oculto.

Transporto o monumento, em que corto os pulsos
Por desgosto, será inverno o ano todo, sem a alquimia
De Agosto, isso sei eu, 
o que hei-de dizer das
Estrelas comuns que miro, depois do sol posto
Serão elas amanhã o nosso monumento mesmo
Num Janeiro frio
"as estrelas do coração 
Incomum"


Liberto em duplo, 
abandonei-me na paisagem abaixo, 
O vulto do cais e a estrada nítida e calma 
Que se levanta e se ergue como um muro,
A chuva oblíqua que me atravessa
E depois cai.

Sorvi o vento solto,sustive o tempo,
Dormi entretanto, no cárcere breve,

Que é o meu corpo, liberto de tudo, 
Nulo em duplo.

(Jorge Santos) 

Azul Profano




Quem se fingiu de mar azul?
e tingiu d'mar est'mundo ? 
Ama ele agora de verdade o sol profundo
e o mar sem fundo que se fingiu sem sal...quem
fugiu pro ultramar e se esconde no chão do mar ? 
ao marinheiro dos sonhos,
não basta abalar, nem o luar
tem de fingir que não volta
d'outro mar
D'outo amar noutro lugar 
estranho
d'azul profundo d'amar profano
Fingi eu ser deste mundo...

(Jorge santos)

Poema da linha do horizonte.









Poema da linha do Horizonte.


Entre o aonde e o perto, decerto
Escolho o longe e o beijo do deserto
Distante, Homérico…
Por ser mais incerto se me perder

Pressuposto é…
Poder ver de-lá, o sol-posto,
O céu cor de escarlate e bege,
O beijo do sol-poente
E as montanhas de fogo
Estenderem-se p’lo horizonte,
Pungente de leite-creme e nata.

Prendo a amplitude d’um folego,
Não vá desaparecer de repente,
O ilógico e frágil,
Encanto, 
Um mágico com estandarte
D'invólucro, de fractal silêncio,
Envolve-me a razão,
Como um feliz queixume…
…A-céu-aberto

Será caso pra que se não erre nós, caminhos
E cruzamentos, assim como
Se  não erra, nos sinónimos
Da palavra te-amo,

-Amo o longe e o pra’onde
-Amo o incerto e o lugarejo
E que o vento, me convide
Pra um pais longínquo,
Aonde ande o descalço,
O mago e o beijo do horizonte.






Jorge Santos (03/2103)

Vivesse eu na paz dos imortais



Vivesse eu na paz dos imortais

Tivesse eu, fé nos lábios meus, quando escrevo
E majestade nos dedos; resgataria o frenesi
Cativo nos frutos da paixão, tornaria servo
O aroma do azul motim e o esplendor da relva no jardim
Tivesse eu, a fé de recheio em mim, como um ovo,

Que nem humildes nuvens me suspendem os beiços,
Como posso sentir, o sentir de Deus, em “technicolor”
E alterar o pão em vinho se depois, reparto pedras, teixos
E amostras sem valor de poemas “multiflavor”.
Antes que os medos e o receio me vençam, quero ter dedos,

Como se falassem a Deus, na fala de Prometeu. Se s’crevo,
O que não diria eu, sendo dele, pra’além d’afiançar
Ser sentido, apesar de não ser real, o meu canceroso acervo.
Vivesse eu, na paz que os imortais assumiam como seu samsara
E pudessem minhas mãos florescer, na estação do novo,

Teria eu, fé nos lábios meus, enquanto soberano
E poderia ter ameias de plácidos castelos, nos rombos dedos.
Vivo eu no contraditório dos normais,
Sou desconhecido nesse paradeiro e meu dom,
Habita escondido, sem o saber, no coração dos imortais…

Joel matos (03/2013)

Homilia ao silêncio...


Homilia do silêncio


Perguntei ao silêncio porque se iludia de sigilo,
Repetiu-me do exílio a censura e o vácuo,
Pousando os tentáculos à volta do espólio
Do meu peito, interrogando-por quem eu sou?

Perguntei ao silêncio onde jaziam as palavras
Dele, compareceu-me o nada e o esquecimento
Com a ousadia pouca, das coisas profanas e avaras,
Mirando-me com um esgar de contrafeito.

Perguntei ao silêncio, o significado de contradição,
Retorquiu um eco árido e oco como piras a arder,
-Porque levava eu de dentro, tamanha danação,
E coisa alguma num taleigo, impossível d’apegar.

Perguntei ao silêncio, se alguém me ouviria, pra’lém
Do fim, respondeu-me a morte, na esquina da sala,
-Completa a vida tua e amaina a miragem,
Essa que alguns pensam ter da lucidez o saldo…

Perguntei ao silêncio o cargo que ocupava, na suprema
Escala humana e não obtive resposta alguma…



Jorge Santos (03/2013)