Outono


























Sou governador de todas as derrotas,
O General desleal que a batalha perde,
Antes da guerra se anunciar na frente
De combate, um pedaço da muralha

De Jerusalém lá onde Abraão se lembrou
Ser pai dos judeus e arauto do Holocausto,
Genocídio de mim dentro e manso lamento,
Como manda aos vencidos lamber lento

As feridas , por certo sou o governador
Decretado para a derrota do Japão na guerra
Do Império,o "lambe-botas" de mim mesmo,
Flectido perante o "cabo-da-tola-esperança"

E o Adamastor do reino da intempérie,
Escuro, inquieto, que só me traz sofrimento ...
Em uma barca com varizes de lenho,
Passeei a renuncia, paralelo ao que os olhos vêm,

Bandeiras amarelas, sem a posologia no rótulo,
Nada sei para o caso de virem perguntar,
Reduzo-me ao, "sem saber como", sou governador
Da própria alma ou ela não precisa

Da prestação do mandato que trago comigo,
De momento não importa,
O que é inevitável é perder a guerra,
Ruidosamente e em força...






Joel matos (16/09/2015)
http://joel-matos.blogspot.com




















































Eu me amarro para saber se estou a amar
E que não voa o amor que dôo, amarro até à morte
Estas letras que doem de tanto aperto que dou
Às amarras que o ar meu permite, no presente

Eu me amarro de vento e se um não bastar
Dos quatro e das maiores tempestades que acho
E com as quais rompo os estendais alheios,
Lambo os convés dos cargueiros amarrados,

Escancarados no cais do "esperar tempo demais",
Eu me amarro para saber se estou a amar
Ou sou um ignorante astronauta de sensações,
Oco do amor que tanto amarro como aperto

Contra este peito lasso de paixões que não sabe
Se ama e senão, porque dói tanto que atado
Não chega e o ar não se prende nem mesmo atando
O Prazer de amar sem mando como eu amo a vida,

A dor do prazer e o presente, amanhã passado,
Amansado e rente ao chão, amarrado à morte
Corrente, avassaladora, eu não, eu não sou quem,
Eu me amarro aos elementos mais agrestes da Terra,

Às mais profundas raízes deste mundo.
Me amarro de intenções, algumas erradas, outras certas,
Certo é que o vento muda de A a B, de lugar,
Mas o instinto não, o instinto é certo como o que sinto,

E eu me amarro...




Joel Matos (16/09/2015)
http://joel-matos.blogspot.com


I Love...

I love going out of my way, beyond what I know, and finding my way back a few extra miles, by another trail, with a compass that argues with the map…nights alone in motels in remote western towns where I know no one and no one I know knows where I am, nights with strange paintings and floral spreads and cable television that furnish a reprieve from my own biography, when in Benjamin’s terms, I have lost myself though I know where I am. Moments when I say to myself as feet or car clear a crest or round a bend, I have never seen this place before. Times when some architectural detail on vista that has escaped me these many years says to me that I never did know where I was, even when I was home.”
― Rebecca Solnit, A Field Guide to Getting Lost